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sábado, 20 de setembro de 2014

Renata fez um trabalho que lembra as reais intenções da JK Rowling: ensinar.

Nesta resenha de A Arma Escarlate, Thiago Lupin agradece a autora Renata Ventura por ter-lhe aberto os olhos para as coisas brasileiras, que ele simplesmente desprezava .... e termina com uma declaração linda, que eu coloquei no título deste post
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São pouquíssimos os livros que começam bem, continuam ótimos e no fim nos cativam. Confesso que no começo da leitura me decepcionei por esperar que fosse mais europeu....mais Harry Potter. Passei pela frustração de não ter os feitiços em latim, de não haver casas dentro do Korkovado, de não ver os Elfos na cozinha, mas mesmo com esses "problemas" eu dei 4 estrelas durante a leitura.


Daí eu percebi que estava valorizando uma cultura que não era a minha. Aprendi com os Pixies a valorizar o que é nosso, a nossa origem, nossa cultura, nossos Animais Fantásticos e lendários (mula-sem-cabeça, curupira, saci-pererê etc). Que excelente lição de patriotismo que nos falta tanto. Os feitiços não precisam mesmo ser em latim, genial a ideia do Tupi. Não esqueço das lições de História, descobrir os bruxos da época do descobrimento foi uma boa sacada. 
A escrita é muito bem trabalhada, eu ri de tanta coisa engraçada demais, o humor é presente nas horas menos esperadas. Minha revolta com as atitudes do Hugo foram tão grandes que eu lia feroz torcendo que ele fosse pego e pagasse pelos seus crimes! Aliás, ele tem é sorte ein. 
Dou 5 estrelas muito consciente da qualidade deste livro. Há muitas cenas com uma beleza de descrição e gingado/charme tão legais que dão cara, sabor ao livro.

As ideias são dignas de JK Rowling, destaque o corredor dos signos, a sala silenciosa, como é ver uma porradaria num quadro rs, o dicionário do Capí, o Clube das Luzes, as histórias da África, etc.

Os títulos dos capítulos são MUITO bons, impressionante, instiga vc a ler e não são óbvios de entender, pelo contrário. Também há muitas ideias do Espiritismo inseridas sutilmente no decorrer do livro, o que pra mim (como um bruxo espírita) me deixou muito feliz demonstrando a preocupação da autora em passar certos ideiais. 
Destaque para as singelas referências a Harry Potter, ao encontro mais lindo e genial que eu li nesse livro: da fênix Faísca com o Hugo; meu Deus que fã de HP não gostaria de saber o que aconteceu com a Fawkes depois da morte do Dumbledore?? Ou o que poderia ter acontecido com o unicórnio que Voldemort sugou o sangue na Floresta Proibida?? Genial. Eu adorei. Que medo que eu fiquei no final, rs pensei que já haveria massacre de personagem logo no primeiro livro rs (Martin me perseguindo rsrs). Fiquei muito preocupado com o Eimi, sinceramente, precisava dizer rs. 
Outras coisas triunfantes aconteceram, coisas que eu esperava que a JK falasse em HP mas que eu apenas pude deduzir: a ideia das religiões, os bruxos europeus não são religiosos pq eles sofreram muito com a Inquisição muito mais do que nós. G.E.N.I.A.L. Alguns acreditam em Deus, uns tem religião, outros são ateus, como existe uma vasta variedade que há no mundo dos trouxas/azêmolas/mequetréfes.


Não conseguia ver magia no RJ ou no Brasil por não se assemelhar em nada, nada com a Europa de HP. Simplesmente não encaixava. Fiquei impressionado e muito orgulhoso de não mais olhar os Arcos da Lapa, o Cristo Redentor, até o Saara como apenas pontos turísticos e sim como lugares que escondem magia, bem aos nossos olhos...incrível, que dez!!! 
Há muito pra se dizer desse livro.


Por diversas vezes eu pensei, tomara que seja feita uma minissérie deste livro...filme não dá certo, rs. Quem poderá fazer tal e tal papel? E eu torço para Renata ser tão ou mais atenciosa em preservar o Hugo e os personagens das mutações/multilações do que a JK foi das adaptações cinematográficas de HP. Digo isso como quem gosta desse meu mundo descrito de forma mágica, que eu vivo no RJ (orgulho, rs). 
Nos próximos livros, consigo ver brecha para muita coisa acontecer, muitas histórias paralelas, frases suspeitas rs, personagens que eu tenho certeza vão aparecer e ser muito importantes. Sinto que tem muita coisa pra rolar. Sinto muito orgulho de ter lido um livro que não é nem um pouco superficial, tão presente no gênero. 
Estou muito feliz de ter uma boa autora nos representando. Renata fez um trabalho que lembra as reais intenções da JK Rowling: ensinar. 

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