-

domingo, 29 de maio de 2011

Um Verdadeiro Race Day

Duas corridas diferentes, 
de manhã, de tarde, 
na Globo, na Band, 
na Europa, na América,
circuito de rua, circuito oval.



A Fórmula 1 e a Fórmula Indy tiveram suas mais famosas corridas, as mais esperadas pelos fãs, no mesmo dia, neste ano.

E que dia foi esse, 29 de maio de 2011?

Mônaco

No mais charmoso (ô clichê inevitável!) circuito da Fórmula 1, teve de tudo. Há décadas não aconteciam tantas ultrapassagens no intrincado emaranhado de ruas da cidade. Muito ajudado pela asa regulável, que só pode ser usada pelo atacante, mas também pela perícia e arrojo dos pilotos. Schumacher inventou a ultrapassagem no grampo da curva do Novo Cassino, e, não satisfeito, fez uma segunda vez (ver aqui). Hamilton achou que sabia fazer também e tirou Massa da prova, justo na sua melhor prova da temporada. Não foi propriamente ali, mas logo depois, Massa, avariado, acabou batendo na parede do túnel. E depois teve que ouvir Hamilton acusando-o de que fez de propósito, e, depois da corrida, também aos comissários, que o puniram com uma passagem pelos boxes, de serem racistas. Sai pra lá, chorão!
E Vettel, além de ter talento e carro, está com a sorte dos campeões. Num sensacional fim de corrida, o insuportável Alonso e o ponderado Button vinham ao seu encalço, e fatalmente iriam ultrapassá-lo, pois o alemão apostou em um pit-stop só, e estava com os pneus acabados após 50 (eu disse cinqüenta) voltas sem uma parada. E o que acontece? de repente, faltando umas umas seis voltas, ocorre uma batida (provocada por Hamilton, que estava endiabrado), uma batida complicada que provocou uma rara bandeira vermelha, daquelas que interrompem a corrida. Nesse meio tempo, permitido pelo regulamento (ao contrário do que disseram Galvão e equipe), ele trocou pneus, e então pôde administrar as voltas finais. Ta difícil segurar o alemão.
Pois é .. teve de tudo em Mônaco .... só faltou chover!

INDIANÁPOLIS

Prova mais tradicional dos Estados Unidos, que completava 100 anos de existência (mas não 100 corridas pois houve interrupção durante a segunda guerra), ela traz todos os anos 250 mil aficionados ao circuito, todos com lugar marcado, uma pequena cidade!! A corrida é dispiutada em 200 voltas, de 2,5 milhas cada, totalizando as famosas 500 Milhas de Indianápolis.
 Neste ano, aconteceram as mesmas batidas no muro que provocaram paralizações e carro-madrinha, as mesmas ultrapassagens todas no mesmo estilo, mas teve muito mais emoção. Nas últimas 15 voltas, a prova teve 5 líderes. E ao longo dela, algumas corridas de recuperação. O personagem principal nesse quesito foi justamente o nosso baiano Tony Kanaan, que estava com o carro tinindo. Tanto que vaticinou, mesmo saindo na 23ª posição, disse: hoje vou ganhar! E quase conseguiu! Logo de saída ultrapassou um bando de gente, chegou a , mas assim que saiu do pit-stop, apareceu  uma bandeira amarela e ele foi lá pra trás... Não satisfeita com a peça, a sorte lhe pregou outra i-gual-zi-nha, e ele foi lá pra trás, de novo. Ele veio como um bólido e chegou a estar em 2º, mas teve parar em mais um pit-stop e, quando voltou, não deu mais e acabou em 4º lugar.
 Um tal de JR Hildebrand, americano estreante, não parou naquele último pit-stop, arriscando até a última gota de etanol, e ia dando super certo. Ele foi líder na volta 198, na volta 199, e quando ia completar a última e receber a bandeirada, BATEU NO MURO e foi escorregando. O inglês Don Wheldon, que não tinha nada a ver com a história, ultrapassou e ganhou a 500 milhas mais emocionante das últimas décadas.
Well Done, Wheldon!
Detalhe: o tal Hildebrand estava TÃO próximo que ele cruzou a linha ainda ainda em 2º, escorregando pelo muro!!! Não acredita? VEJA AQUI!


Bem, não sou fã de Fórmula Indy. Não engulo muito o circuito oval. A velocidade é estonteante, chega a uma média de 380 km/hora, mas a habilidade requerida não chega nem aos pés do circo da Fórmula 1. O tal carro super-veloz dos ovais, na verdade, é naturalmente torto, desequilibrado por natureza, pois tem a suspensão do lado direito muita mais dura que a do lado esquerdo, afinal eles ficam 200 voltas dando curvas somente para a esquerda. Freio, pra que te quero? Só são utilizados para as paradas no Box. O resto do tempo, é pé-no-fundo, com pequenos alívios no curso do acelerador. E se o piloto esquecer de colocar o segurador de pescoço, haja torcicolo. Sei lá!


Já a Fórmula 1 requer muito mais braço, e sempre foi querida para nós, desde Emerson que, aliás, venceu aquela prova duas vezes, além de ser campeão, mas perdemos um pouco o encanto desde que Senna  se foi. E sempre é em Mônaco que mais nos lembramos dele, que adorava o circuito, desde que navegava um fraco Toleman, quem se lembra. São imagens inesquecíveis... A história desse grande prêmio, em 1984, está aqui.


Seguimos....

sexta-feira, 27 de maio de 2011

MECAGAIN

Mais uma cag--- do MEC.


Depois do culto ao Falar-Errado-Não-É-Errado-Apenas-Inadequado, que critiquei em
agora, mais uma bobagem sem tamanho daquele ministério.

Eles produziram uma cartilha para educação de crianças para conter a violência contra homossexuais.

Até aí tudo bem, o objetivo é nobre.

Mas do jeito que ficou.....

No caso gramatical, sugeri que seu nome fosse mudado para Ministério da Burrice.

Agora, neste caso, acho que o mais apropriado seria Ministério da Deseducação.

Em que pese o deputado Jair Bolsonaro ser um extremista, e mesmo discordando amplamente de qualquer violência, inda mais se ela é só porque uma pessoa é homossexual, ou tem uma religião diferente, enfim, qualquer tipo de discriminação, acho que desta vez ele está com a razão no protesto. 

Considero-me um cara moderno, concordei totalmente com a legalização da união civil entre homossexuais, mas tenho que concordar que o tom da cartilha era exagerado, bastante (aqui sim) inadequado. As imagens eram fortes.

Ainda mais sabendo que o público alvo começava em crianças de 11 anos. Kikéiço? E como tinha vídeos, ia acabar atingindo gente ainda mais jovem...

Estamos todos incomodados com a exacerbação da sexualidade tão precoce como está, enfrentando índices de gravidez adolescente com idades apavorantemente mais baixas a cada ano. Isso, na relação homem-mulher.

E agora vem essa cartilha, feita com dinheiro público, um documento oficial mostrando cenas sobre relacionamento amoroso entre pessoas de mesmo sexo, pior, crianças e adolescentes!!

Estava chocante ... era um exagero. 

Não precisava disso, numa campanha contra violência. 

Veja só, um extremo: se a violência é contra a mulher, o governo solta uma campanha pra dizer como ser mulher é do bem, é uma coisa normal, pra atingir o objetivo de que não se deve bater em mulher....Exagerei, mas às vezes, tem que se chegar a provas por absurdo, para provar o absurdo.


Além disso, sempre que governo se mete onde não deve, dá cag---.

A Presidente vetou.

Viva a Presidente!

quarta-feira, 25 de maio de 2011

10, Nota 10

Aquela preocupação com a qualidade do som, que senti durante o pré-show esvaneceu-se aos primeiros e desconhecidos acordes de 'Hello Goodbye'.

Que som perfeito!

Tanto que adotei política diferente do show de SP, quando cantei a plenos pulmões quase todas as músicas. Neste, fiquei mais calado, ouvi e me encantei, muito mais que cantei. Maravilhoso! Teve uma hora em que meu amigo como que reclamou: "Eles aumentaram o som!". E eu disse:"Que ótimo!"

Vamos então às novidades do repertório em relação ao Meu dePAULimento (link) de SP, entre ausências e presências (porque não este neologismo?).

Dentre as novas experiências vividas por este seu amigo beatlemaníaco, duas da época da Beatlemania:
1. 'And I Love Her', que estava no primeiro disco que ouvi dos Beatles, os Reis do Iê Iê Iê, em meus tenros e rechonchudos 6 aninhos...  Paul ao violão em uma canção romântica, que mostrava em sua letra um pouco daquela noite:

Bright are the stars that shine
Dark is sky
I know this love of mine
Will never die.

Afinal, os primeiros dois versos homenageavam estrelas de várias grandezas que brilhavam naquela noite linda, iluminando uma outra estrela, de primeira grandeza, que nos brindava no palco à nossa frente. E os dois últimos  versos retratavam a relação que eu e a maioria dos ali presentes, temos com nosso ídolo...
2. 'I've Just Seen A Face', uma música do Lado B do álbum 'Help', pouco conhecida fora do círculo beatlemaníaco. Quando ela começou, Neusa, que a ouvia pela primeira vez, lembrou-se de um outro clássico do momento, 'Cadillac', da banda do momento, Los Bife (HeHeHe). Conhece 'Cadillac'? Esta é a hora (música 2 deste link):
http://blogdohomerix.blogspot.com/2011/02/los-bife-retorno-em-grande-estilo.html

Foi interessante, pois nunca eu havia identificado aquela música beatle como country ('Cadillac' é um clássico country), e, realmente, a levada é country. Uma descoberta, pra mim!

Agora, as ausências, uma sentida, outra festejada:


1. Ausência Sentida: ele não cantou 'My Love', um dos maiores clássicos de sua carreira solo, que ele cantou durante toda esta excursão durante 2010, inclusive São Paulo. Motivo, não declarado, minha opinião: Paul ficou noivo de Nancy Shevell um pouco antes de partir para a fase 2011. Devo admitir que ia ser estranho para Nancy ouvir, em todas as línguas, aquela introdução que ele fez aqui em português: "Esta música eu fiz para minha gatinha Linda!". Enfim, talvez ela aceitasse se ele não fizesse introdução nenhuma, a coisa mudava de figura...
2. Ausência Festejada: o povo carioca, ou melhor, o povo que estava presente no show do Rio, no domingo, NÃO ACOMPANHOU COM PALMAS a canção 'Here Today', uma tocante homenagem de Paul ao amigo John, como havia acontecido no show de São Paulo. Reclamei muito desse comportamento em Meu de PAULimento, e Paul também, dizendo algo como "I like clapping ... in the right time".  Tivessem batido aquelas plamas ridículas, e teria se esvaído o clima para um momento tocante: um amigo  (HH) que estava na pista Prime, me contou que seu filho de 20 anos e outras dezenas de jovens e não assim tão jovens ao seu redor soluçavam, em variados níveis, do fungar do nariz com olhos marejados ao choro compulsivo com torrentes de lágrimas. Impressionante! Pessoas comuns demonstrando sua saudade de John, tocados pela linda declaração de Paul: I love you! Um pouco mais sobre esta linda canção em
http://blogdohomerix.blogspot.com/2010/02/here-today-beatles-trivia.html

Pois é... novidades pararam por aí, no quesito musical, afinal todas as outras canções eu já havia ouvido em São Paulo. Em São Paulo ele foi mais bondoso: foram 37 canções, e aqui, 34, sendo 23 da época dos Beatles. 

No quesito emoção, as novidades foram muito mais adiante. As falas em português foram mais ou menos as mesmas, às vezes adaptadas ao Rio: 'Aí, galera.'. 'vocês são maravilhosos' ... 'tudo bem, tudo ótimo' ... 'vou falar português ' ... 'agora só os homens', 'agora só as mulheres', 'agora continuem as mulheres', enfim, nada de novo, apenas a eterna simpatia e o esforço em pronunciar bem os 'erres' e 'esses'.

Primeiro, um voto de louvor à minha própria decisão de ver o show de cima, ao invés da opção Prime de São Paulo, quando pude ver até as poucas rugas de Paul. Agora, na arquibancada superior, eu não senti o calor e o impacto das bombas que estouram em 'Live And Let Die', mas vi o espetacular espetáculo de fogos de artifício por trás do palco, e a eletrizante movimentação das imagens nos telões, duas coisas que eu pouco percebi em São Paulo, ali de cara para o palco.

Além disso, eu pude ver, lá de cima, o efeito do público, sua movimentação como um todo, como ele ocupava todos o espaços, como ele cativava o cantor com coreografias inusitadas. A melhor delas foi na canção 'Hey Jude', que termina o show, antes dos super esperados e mais que manjados retornos, para cantar mais sete músicas. Nesta que é uma das melhores, e seguramente a mais cantarolada das músicas dos Beatles, por causa do longo NaNaNa, o povão caprichou, e emocionou nosso astro. Primeiro com os balões, coloridos, que voaram no exato instante do berro após o sétimo 'better', que antecede o NaNaNa. Depois, com o alçamento de milhares de folhas, um pouco maiores que A4, com as letras N e A, durante a performance do NaNaNa, que foi comandado por um Paul de pé, falando português muito bom. O efeito visual foi mais que perfeito. E reconhecido por Paul, que colocava as mãos na cabeça, incrédulo, falava 'Beautiful' incontáveis vezes.


Outro fato muito marcante, para nós que fomos juntos assistir ao show da arquibancada, foi meu amigo HH que estava na pista Prime, que mencionei lá em cima. Ele foi com seus três filhos. Intencionalmente ou não, ele colocou uma camisa amarelo berrante, de mangas compridas, e intencionalmente, com certeza, postou-se bem ali perto do palco, a sete cabeças do fosso que separava o povo do palco. Nossa amiga reconheceu-o no telão, uma, duas, três vezes, quando as câmeras mostravam o público ali de perto do palco. E nós, os outros, não pegamos, até que a partir da 3ª vez, ficamos atentos, e finalmente conseguimos uma 4ª, uma 5ª, uma 6ª vez, acho que o vimos umas 20 vezes. A câmera parece que grudava naquela figura de cabeça branca, camisa berrante, dançando como um menino. E ele nem beatlemaníaco é. Foi uma atração à parte para nós, e motivo de tremenda gozação e papo nos dias seguintes. Segundo HH, foi uma questão de charme, magnetismo pessoal e beleza, os fatores que atraíam a câmera em sua direção. O amigo  MM que estava comigo disse que na verdade, o que atraiu foi o fato de ele ser o único a fazer sinal de Paz e Amor com as duas mãos levantadas, em meio a uma multidão jovem que nem sabe mais o que é isso. Veja aqui:



Depois, ficamos sabendo de mais uma história interessante deste meu amigo. Seu filho mais novo não conseguia ver nada, o pai tentou colocá-lo no cangote, foi educadamente vaiado, desistiu da idéia, mas senbilizou um outro pai que estava na mesma situação mais na frente, que chamou-o para ficar ali, em melhores condições. 
  • Melhor que isso, o pessoal da organização ao ver os dois meninos prejudicados, chamou-os para ficarem sentadinhos ali no fosso!!! E eles assistiram ao show inteirinho, sem nenhum obstáculo até seu ídolo, a mais espetacular 'unrestricted view' de todos os tempos. 
  • Melhor que isso, Paul deu um tchauzinho pra eles (nós víramos o tchauzinho lá do telão). 
  • Melhor que isso, Paul jogou uma palheta sagrada para cada um deles.
Quer mais? Não, impossível, melhor não podia!!


O fato é que Paul McCartney ficou verdadeiramente emocionado. No segundo show, segundo me contou aquele meu outro amigo RR, aquele dos 5.000 discos beatle, e que foi nos dois dias, ele estava mais à vontade ainda, mais confiante, sabendo-se dominador e dominado por aquele público cativante. Chegou a bater no peito e dizer "Carioca"!!

Ele estava feliz como pinto no lixo (como se eu já tivesse presenciado  um pinto feliz no lixo...). Quando 'Mrs. Vandebilt' acabou, o povo continuou cantando o refrão pulando, Paul acompanhou com a voz, depois pegou o violão de novo e começou a tocar, e depois a banda toda acionou seus instrumentos novamente. Uma festa!

Em um outro momento já esperado, quando ele diz que vai falar português, ele não termina a fala decorada e diz: "I'd rather just look to you all", como que querendo registrar na memória uma imagem daquele povo que o recebia tão bem. Se havia ainda alguém presente indiferente àquele bolodoro, certamente deixou de ser e definitivamente apaixonou-se por ele. Paul ganhou, naquele momento, o resto da platéia!



 E ainda realizou o sonho de quatro garotas, que estavam ali na frente. Uma delas segurava um cartaz dizendo apenas 'Hug'. Foi uma demonstração de carinho, Paul abraçou uma a uma, duas delas chorando copiosamente, duas só um pouquinho, uma delas até levantando o astro no abraço.

No dia seguinte, Paul deu entrevistas para um site inglês, dizendo o que sentiu com o NaNaNa, que foi muito emocional, elogiou os fãs que tiveram o trabalho de se organizarem. Também 
registrou o prazer de sua visita ao Rio em seu próprio site. Não há nada parecido no site sobre as visitas a Peru e Chile recentemente ou à Argentina no ano passado.

O Rio de Janeiro entrou para a história de Paul McCartney, mais uma vez! Se ele já elegia o Rio como o ponto alto de sua carreira solo, pelo show do Maracanã, agora o Engenhão entra na linha também, sem dúvidas. 

Acho até que caberia uma moção à Câmara de Vereadores da Cidade do Rio de Janeiro, que em vez de comprar veículos de luxo, propusess a concessão a Sir Paul McCartney, do título de cidadão honorário da cidade!!


Em resumo:

10, Nota 10 
Para usar uma expressão de um carioca ilustre
(... safado, mas ilustre)
Para Paul McCartney
E para seu público carioca!










Como vinho...

.... assim é Paul McCartney, melhora com o tempo.

Parece que ele se alimenta com os shows que faz, ganha energia com a retribuição do público. Ele está cantando muito, se arrisca em canções gritadas, parece que está tocando melhor, fazendo solos de guitarra, cada vez mais interagindo com o público, cada vez mais dominando o palco, em total controle de uma banda espetacular.

E  vem um certo Carlos Albuquerque na crítica d'O Globo dizendo:
Uma boa noite com o rei do pop.... Paul McCartney faz um show infalível, mas sem surpresa, com uma banda correta, longe do brilhantismo da que trouxe em 1990.

Péssima escolha do Globo ao escalar esse tal Carlos!!

Ora, ora, "Boa noite"...
Nada menos que ótima, fantástica, inesquecível, perfeita...
Ora, ora, "Rei do pop"...
Tenho certeza que ele diz isso com tom depreciativo, esquecendo que se trata de um dos reis do rock, que desbancaram o até então detentor do título ..... Rei do pop, o escambau! Ele devia estar dormindo, sonhando com Michael Jackson, quando Paul deu um show de rock em 'Back in the USSR' , 'Hekter Skelter' e outras tantas...
Ora, ora, "Banda correta"...
Nada menos que espetacular, irrepreensível, tanto nos instrumentos como na voz, dando um contraponto a seu líder, em perfeitos backing vocals. Não dá pra comparar. São épocas diferentes. Talvez, se ele dissesse que preferia aquela outra banda do Paul, que tinha Ringo na bateria, e John  n guitarra base e George na solo, como diz o meu amigo Palito, a gente aceitasse algum tipo de comparação...
Ora, ora, "Longe do brilhantismo"...
E como é que o cara quer comparar aquele momento de 21 anos atrás, quando pela primeira vez um Beatle veio ao Brasil, além disso cantando Beatles. Claro que aquela vez foi histórica, o que não diminui o mérito desta noite que eu presenciei. Foi nada menos que brilhante!!
Ora, ora, "Sem surpresas"...
Há dois tipos de gente que vai a um show, (i) os que conhecem muito e (ii) os que conhecem pouco/nada sobre o show que vão ver. Se um cara está no primeiro grupo, sabe que o artista, numa turnê tão grande como a Up and Coming Tour, tem um set list padrão, invariável, do qual escolhe-se um grupo delas para tocar em um determinado dia. No caso de Paul, eram perto de 50. No show, ele toca 34 (em SP, foram 36). Se o cara está no segundo grupo, ele não tem a menor ideia do que vai tocar e tudo é surpresa. O tal crítico deve fazer parte do primeiro grupo, dos entendidos, então não devia ficar surpreso por não haver surpresas, ora! Falta do que falar.
Bem dizia meu pai, quando chamava os críticos de eternos frustrados por jamais poderem chegar aos pés dos astros que criticam, em qualquer campo, teatro, música, livro. 

Deixa esse cara pra lá.

Vamos ao show, que o cara não aproveitou como deveria....


Como disse antes, meu dilema era: o que dizer de um show que foi basicamente o mesmo em relação ao que já foi minuciosamente descrito por mim, em novembro de 2010, em texto sobre o show de São Paulo ?

Simples! Vou complementar o que já foi dito, relatando apenas as diferenças!

Já leu o original? Não? 
Pois bem, esta é a hora!
http://blogdohomerix.blogspot.com/2010/11/meu-depaulimento-show-de-paul-mccartney.html



Agora, vamos ao que aconteceu de diferente, no domingo carioca de Paul, no quesito musical.

Eu dissera que esperava que ele viesse com ao menos uma novidade.

Ela veio, logo na abertura!

Quando as luzes se apagaram, a banda simplesmente entrou no palco, sem grandes efeitos, e Paul, com seu baixo Hofner e paletó azul entrou como mais um membro da banda, mas logo foi notado em seu paletó azul, portando seu baixo Hoffner, para delírio completo e absoluto.

 
Agradeceu ao êxtase e foi direto ao trabalho. Grande era a expectativa de copmo ele abriria o show. Eu duvidava que o impacto fosse maior que o de São Paulo, quando abriu com os acordes conhecidos de Magical Mistery Tour. Foi igual ou maior!
Aqui, quando ele deu o sinal à banda, apareceram uns acordes diferentes, não conectados a qualquer de suas músicas Beatle. Era uma armadilha! Ele criou uma introdução para uma das mais populares das canções beatle. Pra disfarçar...
 

No quarto acorde, ele se aproximou do microfone e cantou:


You say 'yes', I say 'no'
You say 'stop', and I say 'go go go'
U-u
Oh-no
You say 'goodbye' and I say 'hello'
Hello hello...

Pois é... 'Hello Goobye' não havia sido tocada em nenhum dos shows de São Paulo.


Taí uma surpresa!!

Obrigado, Paul! Eu e 44.999 outros assistentes gritamos em louvor!
 

Pausa para uma digressão e uma historinha sobre esta música.Primeiro, a historinha!

Vocês sabem, aquela história de composição Lennon/McCartney é apenas um acordo entre os dois, conforme expliquei no post 'Rock, Parceria e Poesia'. Se não leu, esta é a hora:
http://blogdohomerix.blogspot.com/2010/12/rock-parceria-e-poesia-2004.html

Bem, Hello Goodbye é de Paul. John a desprezava! Ele não se conformava em gastar tempo de estúdio com músicas bobinhas como 'Hello Goodbye', 'Obladi Oblada' e 'Maxwell's Silver Hammer'. Ele estava envolvido em canções mais profundas, com letras mais lisérgicas, que tinham um pouco mais de mensagem. Não se conformou principalmente com  'Hello Goodbye' ter sido lançada como Lado A do compacto em que sua genial 'I Am The Walrus' era Lado B. E Paul continuava com suas historinhas. Enfim, coisas de disputa entre gênios...

Agora, a digressão...

Cá entre nós, haveremos de convir que John não tinha razão, afinal, cada um com seu estilo, mas especificamente, acho que ele não percebeu a profundidade da letra de 'Hello Goodbye'.
Vejam só se não é uma pérola, que descreve, talvez pela primeira vez na história deste país, digo, do rock, o relacionamento entre homens e mulheres, muito antes de John Gray descobrir que estas eram de Vênus e aqueles, de Marte? Ver em: http://blogdohomerix.blogspot.com/2011/01/historia-de-nos-2.html

Repare só na primeira estrofe:

You say 'yes', I say 'no'
You say 'stop', and I say 'go, go go'

Repare só na segunda estrofe:
I say 'high', you say 'low'
You say 'why', and I say 'I don't know'

Já se colocaram nas posições respectivas?

Nos primeiros versos das duas etrofes, os opostos já aparecem!!

Se ele prefere alto, ela vai no baixo
Se ela diz 'sim', ele diz 'não'
Nos segundos versos das duas estrofes, ele vai mais fundo no significado
No verso do 'stop and go'... uma perfeita contraposição da prudência feminina com o arrojo masculino, ela dizendo 'Pare!', e ele 'vai, vai, vai!'



E a última, então, mulheres querem saber por quê, homens tão nem aí. Imagine uma DR - discussão de relacionamento: não é quase sempre assim? 
Pois é, letra simples, mas genial!!

Puxa, perdi tanto tempo com a primeira música do show, que este post já ficou enorme.

Mas foi por uma boa causa, né? Acabo de inventar um Beatels Fact, já que näo li essa digressão em nenhum lugar.

Então, termino este post aqui.

Amanhã, mais show e o público, ambos merecendo

10, Nota 10

terça-feira, 24 de maio de 2011

Comntários sobre O Negócio é a Fome

12 comentários:

  1. No "governo do povo", "do trabalhador", mais vale o interesse do capital, haja visto os absurdos que estamos assistindo nas obras para a Copa 2014 e OlimPiadas 2016.

    Parece papo de socialista, mas não é. Sou liberal, um anti-socialista, mas sou humano. Revolto-me e tenho me revoltado com muito mais freqüência nos últimos anos, sinto.

    A solução para o Brasil? Desmanchar tudo e começar do zero, a iniciar pela formação da nossa sociedade-gado-sempre-alegre-a-cantar.

    Não sei nem mais o que estou escrevendo...
    ResponderExcluir
  2. Às vezes soluções simples (soro caseiro, multimistura) fazem grandes diferenças.
    ResponderExcluir
  3. Pelo que entendi, o que houve foi uma escolha por outros compostos ao invés da multimistura para ser usado nas escolas. Neste caso, tem que se comparar todos os nutrientes, não apenas ferro, vitaminas b1 e c. Além, é claro, de comparar os preços como foi feito acima. Precisamos de informações mais minuciosas, para fazermos uma crítica séria, se for o caso. Se tivermos informações minuciosas estaremos em condições de questionar as escolhas e sermos levados à sério pela sociedade. Podemos fazer uma denúncia crime sobre o processo de licitação.
    Eu, que sou de classe média, fico pensando se eu pararia de comprar os compostos das multinacionais e os substituiria pela multimistura para complementar a alimentação de meu filho.
    Provavelmente não. Eu teria que estar convencido de que esta seria uma escolha melhor. Por que haveria de pensar diferente em relação às crianças carentes?
    Pode ser que o composto seja uma opção melhor, neste caso, por suprir razoavelmente bem as necessidades das crianças e ainda permitir que sobre dinheiro para outras aplicações ligadas à saúde. Mas é preciso mais informações para sabermos.
    ResponderExcluir
  4. "Desmanchar tudo e começar do zero"
    Acho que era essa a proposta da "revolução" de 64. Faz sentido, mas como no comunismo, para dar certo seria necessário confiar cegamente em alguém.
    Acho que a situação atual é o menos pior possível, e o melhor que merecemos, por enquanto...
    ResponderExcluir
  5. Homerix,

    respondendo a sua pergunta, a pediatra Dra.Clara recebeu do governo federal uma homenagem, como mostrado no lik http://www.cl.df.gov.br/cldf/noticias/cidada-honoraria-dra-clara-takaki.

    Ela possui um site;

    http://www.cl.df.gov.br/cldf/noticias/cidada-honoraria-dra-clara-takaki

    A mistura que ela indica é também muito útil em pacientes adultos, que necessitem de complemento alimentar.

    Sem levar em consideração a canalha governamental, quem manda é o povo, nós ainda temos força, basta exerce-la.

    Um abraço
    ResponderExcluir
  6. Gosto muito da Nação Zumbi desde o tempo do Chico Science. Acho que ele era um visionário que usava sua música para passar as dificuldades de seus conterrâneos.
    ResponderExcluir
  7. Quanto ao 2º ponto da mistura barata e eficaz é complicado a gente dizer qualquer coisa. O que pode ser dito em função da decisão tomada.

    Qual a lógica? Mas, existe lógica no país que estamos vivendo? O que podemos fazer?

    Mas, digo fazer mesmo, não é ficar reclamando em FB, blog etc.

    Tem que haver uma conscientização geral e, sinceramente, não vejo o menor clima para isso. Acho que as pessoas estão se lixando. Eu tb não faço o meu dever de casa direito, poderia dedicar mais do meu tempo.

    Temos que vencer esse egoísmo que nos consome. Essa é apenas uma das mazelas do nosso pobre povo ...
    ResponderExcluir
  8. Cê vê ... 1 milhão na parada gay
    e 3.000 na contra a corrupção...

    O Rio de Janeiro está de parabéns!!
    ResponderExcluir
  9. 53.183.... É isto ai... canção de Seu Jorge e Ana Carolina.... e é o principio de qualquer coisa que não tem explicação... lógica, é pedir demais... justa... idem.idem!!!Nacionalismo... pior!!! A bandeira brasileira, tem menos valor que qualquer bandeira de time de futboll e escola de samba. Nestes momentos assistimos povão unido... pela causa da alegria comum...
    O que fazer nada? nada!!!!...cuidem-se de si!!!! isto sim...
    Paulos, Paulo Roberto e Sobrinho.
    ResponderExcluir
  10. Faz alguns anos que tive a oportunidade de tomar conhecimento, sobre as alternativas das multimisturas na alimentação. Trabalho na iniciativa privada, como tb trabalhei anos na pública, como educadora.Não foi em nenhuma delas, que tomei ciência sobre as alternativas alimentares.Realmente, nós muitas vezes somos movidos por necessidades. Eu,particularmente em situação de doença de minha filha, recorri a várias possibilidades. Uma delas foi acrescentar em sua alimentação alguns ingredientes básicos, naturais. Bem,não posso afirmar que as misturas colocadas no alimento que servia, foram a "salvação", mesmo pq o problema de saúde era muito mais delicado - sómente este tipo de recurso não podería alterar seu diagnóstico. Mas, digo: há estudos em relação ao assunto, e pessoalmente percebi alguns bons resultados.Na verdade, qdo temos que rever, adaptar certas situações, buscamos alternativas para tentar amenizar ou solucionar a situação.
    Posturas políticas devem existir e não basta faze-las, sem que haja um embasamento para sua efetivação. Há necessidade de se conscientizar a população, principalmente a que estiver no no programa. Na verdade o que muitas vezes pode dar resultado, é abandonado, sem nenhuma explicação.Cabe, então a nós,acompanhar, cobrar.......e por algumas vezes, no dia a dia, não paramos para refletir e muito menos para tomar algumas atitudes
    ResponderExcluir
  11. Hilton de Abreu Marinho6 de fevereiro de 2012 22:27
    Essa informação é importante. E parece verídica, pois até mereceu debate no Senado (o que não é lá "grande coisa", no dia 25/10/2007,
    quando o senador Álvaro Dias (aquele que fala prendendo a língua com os dentes...)denuncia o fato com base em publicação da "Isto É".
    Ocorre que tem muitas versões circulando. Umas citam que era o dia 6 de maio, uma quinta-feira, sem citar o ano. Outras, como esta "Crônica de uma Coincidência" dizem que o ano foi 2007.
    Acontece que 6 de maio de 2007 não caiu numa quinta-feira, mas num domingo.
    E aí? É uma dúvida que contamina a informação.
    ResponderExcluir

Fome como negócio

Crônica de uma Coincidência
Capítulo 1: A Fome na Música
Meu filho procura abastecer de coisas boas o rádio do meu carro. A última que me indicou é o último disco de Nação Zumbi, chamado 'Fome de Tudo', de 2007. O grupo é um fenômeno de percussão, metais, e guitarra, que sobreviveu à morte de seu criador Chico Science, em acidente de carro em 1997.
E 'Fome de Tudo' é envolvente. Você começa achando tudo meio estranho, mas vai gostando cada vez mais à medida que o disco avança. As letras são fortes e sem preocupação com rimas, mas funciona muito bem.
Numa das faixas, uma narração avisa: 
A história de um homem que fez da fome sua profissão e se tornou sua vítima... 
e aí entra a voz do tal homem, gutural:
"Aprendi uma nova profissão: 
o negócio é a fome... (é a fome)... (a fome)" 
___________________________
Capítulo 2: A Fome na Vida
No mesmo dia em que ouvi a canção, recebi pelo Facebook uma reportagem ainda da época do governo Lula, que fez do combate à fome uma bandeira:
A cena foi comovente.
O vice-presidente José Alencar preparava-se para plantar uma árvore em Brasília quando foi abordado por uma nissei de 65 anos e 1,60 m de altura.
Era manhã da quinta-feira, 6 de maio de 2007.
A mulher começou a mostrar fotografias de crianças esqueléticas, brasileiros com silhueta de etíopes, mas que tinham sido recuperadas com uma farinha barata e acessível, batizada de "multimistura".
Alencar marejou os olhos.
Pobre na infância no interior de Minas, o vice não conseguiu soltar uma palavra sequer.
Apenas deu um longo e apertado abraço naquela mulher, a pediatra Clara Takaki Brandão. Foi ela quem criou a multimistura, composto de farelos de arroz e trigo, folha de mandioca e sementes de abóbora e gergelim.
Foi esta fórmula que, nas últimas três décadas, revolucionou o trabalho da Pastoral da Criança, reduzindo as taxas de mortalidade infantil no País e ajudando o Brasil a cumprir as Metas do Milênio.
E o que a pediatra foi pedir ao vice-presidente?
Que não deixasse o governo tirar a multimistura da merenda das crianças.
Mais do que isso, ela pediu que o composto fosse adotado oficialmente pelo governo.
 
Clara já tinha feito o mesmo pedido ao ministro da Saúde, José Gomes Temporão - mas ele optou pelos compostos das multinacionais, bem mais caros, Mucilon, da Nestlé, e a farinha láctea, cujo mercado é dividido entre a Nestlé e a Procter & Gamble (é lógico, na multimistura não dá para embutir 10, 20 ou mais por cento tão presentes na licitações de muitos governos). O custo é 10 vezes mais caro que a multimistura.
Os compostos da multimistura têm até 20 vezes mais ferro e vitaminas C e B1 em relação à comida que se distribui nas merendas escolares de municípios que optaram por comprar produtos industrializados.
"O Temporão disse que não é obrigado a adotar a multimistura", lamenta Clara.  
Há duas semanas a energia elétrica da sala de Clara dentro do prédio do Ministério da Saúde foi cortada.  
Hoje, ela trabalha no escuro. 
Capítulo 3: Conclusão
Deixo a conclusão pra vocês. A fome é negócio de quem?