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quinta-feira, 23 de outubro de 2008

AWoL - Educação a cada momento

Quando estive no supermercado tive a pachorra de provocar, de propósito, mostras explícitas da educação do americano, só para comprovar que continuam os mesmos. Observando um produto numa gôndola mais tempo que o usual, pude observar, como sempre, o acúmulo de americanos com seus enormes carrinhos, pacientemente esperando sua vez para olhar aquela mesma gôndola. Eles são incapazes de incomodar o outro, ou ainda de mudar-se para outro foco, fora do planejado para aquele momento; na verdade, nem tanto por educação, mas também por uma espécie de ‘defensive driving’ – jamais sairás de sua faixa - também no comando dos insanos carrinhos. 

Já aqui...

A boa educação estende-se a todos os momentos da vida dos americanos, até nas situações mais simples: quando abrem uma porta vai-e-vem, eles sempre verificam se vem alguém atrás, e esperam pacientemente a chegada do outro, mesmo que o outrem esteja a 100 metros de distância. Impossível, por exemplo, cruzar com um americano num corredor de escritório sem que ele lhe dirija um ‘Good morning’ ou ‘Good any period’.   
Já aqui...
Nas lojas, os vendedores americanos invariavelmente, perguntam algo como “What can I do for you this afternoon?”  com um sorriso pasteurizado, é verdade, antecipado ou não pelo padronizado “Hi! How are you doing?”, esperando que você responda “Fine, what about you?”.
Já aqui...

7 comentários:

  1. É, é verdade, pai... os americanos são EDUCADÍSSIMOS na hora de entrar em guerra com outros países.

    Já aqui...
    ;-)

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  2. Os brasileiros também deixam a porta aberta para outros passarem. Eu passei por essa experiência três vezes essa semana. Estamos muito bem educados também.

    E, veja só que surpresa: não entramos em guerra com outros países nem invadimos território alheio para matar ninguém! Caramba! Como nós brasileiros somos incivilizados!!!!

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  3. Por outro lado, não invadir outro país não implica necessariamente em benevolência -- o Brasil pode nunca ter feito isso por falta de recurso bélico, ou porque, até então, nenhum interesse vital da nação foi posto em jogo (no caso dos estadunidenses, o domínio mundial :).

    Não devemos esquecer, no entanto, a patifaria que foi a Guerra do Paraguai.

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  4. Homero,
    concordo com a Esperantrix...somos muito educados aqui no Brasil também. Além de não invadirmos os vizinhos, nem entrramos em outros países em missão para assassinar alguém sem dizer nada..ontem foi o Sadam Hussein (e muitos outros), hoje o Bin Laden..amanhã, só Deus e o que eles acharem conveniente.

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  5. Os gestos superficiais de educação escondem abaixo da superfície um povo extremamente volento e competitivo. Organizados sim, em busca de seus interesses, sempre colocando o dinheiro a cima de tudo. Basta um olhar mais cuidadoso que a verdade se revela. Na verdade selvagens, escoria da humanidade, consumistas, antiecológicos, escravos do dinheiro e da ganância. Uf, to revoltado hoje...

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  6. O pessoal que viveu situações de furacões no Texas, experimentou, de perto, nas rodovias e acessos, uma mudança abrupta de comportamento, mais na linha da "farinha pouca, meu pirão primeiro". É verdade que é uma situação anômala, mas é exatamente nesses momentos, de situações anômalas, de aperto, que se conhece a personalidade das pessoas e do seu nível de educação. Martin Luther king já tinha sacado isso há tempos, certamente a partir de observações domésticas: "The ultimate measure of a man is not where he stands, in moments of comfort and convenience, but where he stands at times of challenge and controversy". Anyway, nós, brasileiros, vamos melhorar muito quando deixarmos de lado as comparações com outrem, quer no hemisfério norte ou mesmo no sul. É óbvio que necessitamos melhorar muitos parâmetros no tema educação, no seu mais amplo espectro de significados. Há que deixar de lado a conversa mole e a retórica das grandes realizações "gargantosas" dos governos. Há tempos o presidente Lula chegou a falar que seu governo realizou uma revolução na educação. Eu não percebi. Se houve, então que seja demonstrada com fatos e dados. É verdade que a educação no Brasil deveria ser prioridade permanente do governo (todos os governos), orientada por um planejamento sólido, de longo prazo, com metas mensuráveis e imune às vontades ou tendências políticas e do horizonte de tempo do governante no posto. Vivemos de campanhas. Entra governante, sai governante, e não se percebe nem o planejamento, tampouco benefícios tangíveis do que deveria ser um amplo programa nacional de educação para todos mesmo. Em lugar disso, paliativos, que, por essa razão, não se sustentam no tempo. Além disso, o governo perde tempo precioso com ações desnecessárias, como a "reforma ortográfica", que, absurda, pela tese que a trouxe à baila, levou à perda da característica fundamental de se escrever o que se fala e vice-versa. Como cidadão, não reconheço a "reforma" como legítima, pois não fomos consultados através de um plebiscito. Essa reforma não pode caracterizar revolução, mas involução.

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  7. É Homerix... pelos menos articulam frases de comunicação agradáveis aos ouvidos....

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