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segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

De graça, até injeção?

Ganhei ingressos para três espetáculos nesta semana.

E fui!

Em tempo, o nível de feedback de minhas Segundas Impressões baixou a 10%.
Entretanto, sigo compartilhando.

Vamos lá!

1. Boom  - Teatro Miguel Falabella, no Norte Shopping
    Peça? Show? Musical? Resposta: de tudo um pouco, mas não sobra nada, ou quase nada. Trata-se de uma oportunidade para Jorge Fernando aparecer, para ele se exibir. Ele mesmo admite isso. Para quem não sabe, é um ator (?) de comédias besteirol (dispenso) que acabou se revelando um excelente diretor de novelas, chegando à posição de diretor geral de núcleo, da poderosa TV Globo. Então, tem seu valor. Mas a peça (?) é uma lástima! Incrível que tenha se perpetuado por 10 anos. O dia em que fui era exatamente a re-estréia, no exato décimo-primeiro aniversário. Ó, se eu tivesse pago o ingresso, tinha ficado puto. Como ele define, ele se exibe, conversa com a platéia, fala palavrão, revela que foi naquele bairro a primeira vez que ele deu(!), dança com a graça de uma baleia (aquela pança pra lá e pra cá), canta, ou melhor dubla, canções sem nenhuma criatividade, divide o palco vez por outra com um casal de atores, apresenta umas tiradas engraçadas, outras desgraçadas, tudo com muito escracho, pouco humor, enfim. Valeram os comes e bebes, já que era estréia. Ele termina pedindo divulgação, pois não consegue trabalhar com a casa pela metade. Vai ser difícil. Está na categoria ‘Injeção ’. No caso de Jorge Fernando, ‘Pica no Cu’ (em português de Portugal, bem entendido)

2. Ithamara Koorax  - Bar do Tom, no Leblon
    Este sim, tudo de bom, verdadeiro show. Ela é lídima representante do grupo artista-desprezado-no-Brasil-conquista-o-mundo, aliás, a quem ela dedica todos os seus shows, em declaração gravada, lida por um terceiro. Hoje ela é considerada uma das três melhores cantoras de jazz DO MUN DO, juntamente com Diana Krall e Cassandra Wilson. Sua voz é um desbunde de afinação, alcance vocal, força e leveza, por paradoxal que seja. Ela está no Brasil para lançar seu novo disco Bim Bom – The Complete João Gilberto Songbook - que está tocando muito nas rádios americanas de jazz (você já o ouviu por aqui?). Interessante que o João Gilberto é aquele sutil cantor, marco da bossa nova, mas como compositor, dá pra contar em pouco mais de duas mãos suas obras de próprio punho, por isso deu pra fazer um CD Complete. A temporada aqui é curta, até o fim do mês, depois vai percorrer Europa, Ásia e Estados Unidos, para somente depois andar por umas capitais brasileiras. Pois é! Vamos ao show: não espere monotonia no repertório. Pra começar a banda bota, como aquecimento, o tema de Batman, do seriado da TV, total surpresa. Depois, entra Ithamara, e começa a surpreender: tem ‘My Favourite Things’, sim aquela da Noviça Rebelde, tem ‘Smoke Gets In Your Eyes’, onde a gente vê todo o seu grave, tem ‘Human Nature’ (sim, de Michael Jackson, numa versão infeliz em português, mas que ela tempera com primazia, acompanhando com a voz o solo de guitarra), tem Lulu Santos, tem Jorge Ben Jor, tem uma espetacular adaptação lenta do sucesso Disco, ‘Got To Be Real’, tem ‘El Día Que Me Quieras’ (sim, em bom espanhol), ela leva três ou quatro canções do novo disco, e, claro, dois bossa nova classics, ‘Corcovado’ (.. how lovely ...) e ‘Garota de Ipanema’ (.. but she doesn’t see ...), estas duas cantadas da mesma maneira: abre na versão original com um canto suave, segue na versão em inglês com um canto vigoroso, e volta na versão suave. Ambas magníficas. Ah, claro, a banda, muito boa, guitarra, baixo, teclado, bateria, todos brasileiros, alguns com muita estrada, açambarcados para o show. Sem dúvida, um must see !!! Comprei o CD, mas ainda não ouvi, mas deve ser um must have !!! Está na categoria ‘ Banana Split ’.

3. Carmen, O It Brasileiro  – Teatro João Caetano, no Centro
    Também nota 10. Andréa Veiga mostra que não é apenas uma ex-paquita. Ela incorpora Carmen Miranda, com maestria, neste musical, que pega a vida e os sucessos da Pequena Notável durante a década de 30, mostrando suas origens, a descoberta dos grandes compositores da época, a ‘exportação’ para Argentina, onde os porteños a idolatravam, e depois para a terra do Tio Sam, onde a Brazilian Bombshell realmente bombou. Andréa e os outros quatro atores (que variam papéis durante o show) cantam muito bem, acompanhados por uma banda de cinco músicos, ao fundo, um figurino muito legal, cenário minimalista, mas suficiente, tudo de bom. Pena que não levaram ‘Eu Dei’, uma pérola de duplo sentido do grande Ary Barroso, que foi a canção, aliás, que me propiciou o ingresso de graça.  Até 7 de fevereiro, em temporada popular. Está na categoria ‘ Pizza com Guaraná ’.

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