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sexta-feira, 17 de maio de 2013

AWoL - Houston, a semente

Projeto O retorno do AWoL - Como tudo começou!
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Como grande parte das experiências descritas nesse projeto foram vividas por mim e amigos em Houston, achei por bem traçar um breve relato, pra quem não conhece a vibrante metrópole do meio-oeste americano. 
Apesar de estar localizada em um paralelo do Hemisfério Norte correspondente a Porto Alegre, no Hemisfério Sul, faz mais calor no paralelo norte que no sul. O verão é causticante! O que salva é que tudo tem refrigeração e calefação, casas, lojas, carros, cinemas, restaurantes, aliás, até de uma maneira exagerada.  No frio, a temperatura chega algumas vezes a 0 ºC, mas não é nada demais. Neve, nem pensar, de 10 em 10 anos quando muito. Eu e minha família não fomos brindados por pouco. Nevou no ano em que viemos embora.
A propósito, nem neve nem nada acontece naquela cidade! Ela é plana, plana, plana, ai, que sono! Para quem está acostumado com o Rio de Janeiro com todos aqueles morros e florestas, aquilo lá é uma verdadeira monotonia. A maior elevação da cidade, afora os altos edifícios, é no ápice de um enorme viaduto, magnífico entroncamento de duas freeways, como só os americanos sabem fazer (a 8 e a 10). 


A cidade é em 95% do espaço ocupada por casas, sobrados e muitas … muitas árvores e gramados ... e haja água pra regar aquilo tudo ... e a conta é cara à beça. Quando vista de cima, dos poucos edifícios altos, parecemos estar no meio da floresta, pois só se vê as copas das árvores, bonito! Os prédios de apartamentos têm 3 andares, no máximo. No Downtown, estão os maravilhosos edifícios das grandes empresas da cidade. Há um com 100 andares, que é, aliás, fora de Downtown, mas eles fazem questão de ressaltar: o maior do mundo fora do centro da cidade! Eles tinham que ser 'o maior do mundo' em algo. Eles dizem também que aquele edifício é o maior dos EUA 'a oeste do Mississippi'.
A falta de belezas naturais faz com que as atrações se limitem ao que o homem construiu. Tem a NASA, o Museu de História Natural, o Museu de Belas Artes, parques de águas, parques de diversões, parques só parques, Zoológico e cinemas. Meu Deus, como tem cinemas lá! De todos os tamanhos, para todos os gostos. Deve ter mais de 500 salas, agrupadas ou isoladas, 30 aqui, num shopping, 20 ali num centro empresarial, outras 25 acolá isoladas no meio do nada. 


São apenas quatro milhões de habitantes, apesar de ser a 4ª maior cidade dos USA. Pela falta de prédios de apartamentos, no entanto, a extensão territorial é imensa.  Todas as distâncias são enormes. E, por conta destas distâncias, tem outra coisa que tem muito por lá: automóvel! A média é quase de um carro por pessoa e olha que tem que contar nesta média as pessoas com menos de 16, que não podem dirigir. 


Cerca de 30% desses quatro milhões de seres humanos da cidade fala espanhol. E a grande maioria são hermanos mexicanos. Seguro que faz parte do processo de retomada, já que o Estado do Texas já fez parte dos Estados Unidos Mexicanos, que incluía o atual estado do Novo México e grande parte da Califórnia. O líder da independência foi Sam Houston, que deu o nome ao estado, que foi um país livre por 10 anos, até ser anexado pelos outros Estados Unidos, em 1845.


            Voltando ao papo sobre a falta de atrações naturais da cidade, um fato impressionante: quis o Divino que a cidade crescesse longe do mar, então o homus americanus, que não vê limites, usou a política de Maomé, e decretou ‘se-Houston-não-vai-ao-mar-que-se-traga-o-mar-até-Houston’, e construiu-se o Ship Channel, um canal que liga o Golfo do México à cidade, e construiu-se o Porto de Houston, que consegue ser o segundo maior dos EUA em movimentação, com grande calado, suficiente para petroleiros de médio porte, o que possibilitou o abastecimento de um enorme parque de refino, responsável, juntamente com a quantidade obscena de carros, por fazer de Houston uma das cidades mais poluídas do país, apesar da quantidade obscena de árvores. 


             Posso garantir, entretanto que essa poluição estatística não é sentida pelos habitantes, ao menos de onde eu vivi durante quatro ótimos anos de minha vida!
             

2 comentários:

  1. Gostei Homerix, hoje, dia 27 quando em_diei (colocar em dia) minhas recepções eletrônicas... e fiquei, de certa e grande forma contente com a sua viagem, abrindo mais uma frente de trabalho... o "reporter" de campo, passando as impressões colhidas, e mesclando com comentários de alto nível, em todos os sentidos . Em seu diário de bordo, começando com Houston, conheceremos novidades, e sobretudo observações colhidas pelo QI que lhe acompanha.
    Go ahead
    Paulus

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  2. Descrição perfeita de houston, o paragrafo do sono é muito bom! Adorei!

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