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segunda-feira, 25 de setembro de 2000

A Globo em Nossa Vida Americana Parte 1

Cara Heloisa, nosso contato-mór na TV do Plim-Plim
Como disse a você anteriormente, a Globo Internacional foi fundamental na adaptação de Dona Zulmira em nossa vida americana! Não há dúvidas que o fato de estar sempre conosco ajudou, que a gostosura da casa contribuiu, mas é inegável que a vidinha dela seria bem outra sem a nossa querida Globo. Segue uma breve análise.
O começo foi meio claudicante, mas já estava ótimo para nossas necessidades sograis: as novelas sempre estiveram firmes e fortes. É verdade que a falta de programas para preencher os espaços vazios, fez com que os ocupassem por repetitivas repetições repetidas repetidamente das queridas novelas. A desculpa era atender aos diversos fusos horários. Tudo bem!
A falta de comerciais obrigou a mais repetições dos convites com o texto: “Venha descobrir o Brasil … e Viva o nosso patrimônio!” Gente, nós já não agüentávamos mais ouvir aquele casal de lindos adolescentes nos convidando. O que salvava é que ambos eram muito simpáticos com sorrisos maravilhosos. Quando não agüentei mais, escrevi uma mensagem à Globo, pedindo encarecidamente que parassem com aquilo. Não me responderam, mas atenderam, algum tempo depois, algumas de minhas sugestões:
1.         Substituiram os convites a visitar o Brasil por magníficos resumos históricos muito bem elaborados e narrados. Meus filhos adoravam. Na onda das comemorações dos 500 anos de vida do Brasil!
2.         Atenderam meu pedido de “ .. preencham os espaços com musicais, mesmo que antigos!” Só que .... erraram na dose! Meu tiro saiu pela culatra! Começaram a colocar as edições antigas de Som Brasil e daí, já viu né! Doses nada saudáveis de SPA …  conhece a sigla?  Não? É Sertanejo Pagode e Axé, estilos reponsáveis por 95% da programação daquele programa. E não é fácil ficar vendo o Alexandre Pires com aquele cabelinho ridículo penteadinho para o lado e o Netinho do Negritude Júnior franzino, antes da prosperidade. Eu, como amante do rock, desaprovo a escolha. Mas sei que devo ser minoria! Minha idéia, quando sugeri, era colocar musicais ainda mais antigos, tipo festivais da Record, Elis e Jair do Fino da Bossa,  o Baú do Raul Seixas, Chico da época da Ditadura, Caetano e Gil da Tropicália, Roberto Carlos da Jovem Guarda, Legião Urbana, Paralamas e Titãs, da época de Arnaldo Antunes, video clipes antigos. Sei lá! Poderiam fazer um embrião de Globo MTV. Sentimos falta da MTV brasileira. Quem sabe com a contratação do Cazé, vem algo musical legal.
3.         Pedi que parassem de anunciar a programação de novelas como se elas estivessem ainda começando. As novelas iam chegando ao final e ainda ficavam explicando os personagens como se nos ensinando a conhecê-los. Citei até o exemplo da magnífica “Força de um Desejo”. A novela já estava em seus extertores e ainda ouvíamos Ester (Malu Mader) dizendo para o noivo: “A carta que li era de rompimento!!!!”, cena do início da novela, 3 meses antes. Ao que parece, atenderam ao pedido, não porque a novela acabou, mas porque mudaram o estilo de anunciação das demais.
Bom, nos intervalos da programação, estamos na febre dos 500 anos, o que é muito bom pois temos pérolas como “A Invenção do Brasil”, além de um clima cívico de que estávamos precisando. Entretanto, colocaram o pobre do Serginho Groismann a nos ensinar como se bate um prego pequeno sem martelar o dedo, ou alargar o sapato com álcool, ou até a trocar pneu. Nada contra estas pequenas pérolas de utilidade pública. São muito úteis e gostamos de aprendê-las, mas a repetição é que mata! Além do que é um desperdício de talento para o pobre do Serginho, que tinha um diálogo com a juventude fantástico em seu Programa Livre e agora está lá jogado! O que vão fazer com o pobre?
Ainda nos intervalos e na linha da utilidade pública, agora ortográfica, temos que agüentar o Boneca (filho do Chico Anísio) nos ensinando a não perder OS ÓCULOS em vez de O ÓCULOS, o Fábio Assunção a fazer o concerto com C e outros menos votados. Nada contra a correta ortografia, mais uma vez, o que acaba com a gente é a r-e-p-e-t-i-ç-ã-o ininterrupta!
Bom, fora estas pequenas reclamações, o resultado é altamente positivo. A chegada da programação 2000 e em especial o Jô, consolidou a posição de principal fonte de entretenimento televisivo. Aliás, o programa do Jô está tão bom, principalmente, por causa das mudanças introduzidas em relação à época do SBT. Ou seja,  N-A-D-A! Foi fundamental introduzirem esta ‘mudança’. Pra que mexer em time que está ganhando? Pensando bem, mudou um pouco, sim! Diminuíram em muito as convocações do Jô ao seu AAA – Assessor para Assuntos Aleatórios. Ao que parece, deve ter sido destituído do cargo por Dona Marluce! Ele é chamado, às vezes, mas nunca mais foi referido como AAA! Uma pena! O que mudou mesmo foi a abertura às atrações globais, o que aumentou em muito as possibilidades de boas entrevistas. Mas nenhuma delas certamente superará a das Três Marias: Hebe, Lolita e Nair Belo! Impagáveis! Além disso, vemos o Jô, aqui, à 9:30 da noite, quando exibem o programa que fora ao ar na noite anterior aí no Brasil. Isto sim, é um horário decente para um programa tão bom.
Em suma, obrigado por existirem!!!!
Abraço